Setembro ganha um cor especial em valorização à
vida. O amarelo ilumina o mês e alerta sobre a importância da saúde mental e faz
com que instituições se mobilizem na ação.
Assim, pessoas, coletivos, entidades, órgãos de
saúde e a sociedade em geral recebe o alerta e têm a chance de participar de
ações que deixam mais evidente a necessidade de falar sobre o suicídio e a
saúde mental.
O que é o Setembro amarelo?
Setembro
amarelo é uma campanha do Centro de Valorização da Vida que busca trazer o
diálogo sobre o suicídio para a sociedade. Desde 2015 o mês busca a
conscientização e a prevenção do suicídio.
No mundo todo, aproximadamente uma pessoa se mata a
cada 40 segundos. Só no Brasil, o suicídio é a quarta causa mais comum de morte
de jovens. O assunto é um tabu. Não falamos dele. A mídia evita por medo de aumentar
os números, as pessoas evitam por medo do assunto em si e com isso, acabamos
cortando o diálogo necessário.
Falar sobre suicídio é importante. É uma questão de
saúde pública e é extremamente necessário.
Por que o
Setembro amarelo é importante?
O Setembro Amarelo é uma campanha que busca trazer
o diálogo e prevenir o suicídio. 90% dos suicídios poderia ser evitado com
ajuda psicológica. A maioria deles é causada por doenças mentais que não são
tratadas porque muita gente nem sabe que precisa de tratamento. Aproximadamente
60% das pessoas que morrem por suicídio não buscam ajuda.
Já pensou se isso se aplicasse a outras doenças?
Imagine se 60% das pessoas com fraturas não fosse ao médico ou se 60% dos
pacientes com apendicite não se tratasse e você vai perceber que é estranho que
tanta gente não busque ajuda. Isso porque nós, como sociedade, não falamos do
assunto, não informamos as pessoas.
Objetivo do
Setembro Amarelo
O objetivo do mês de prevenção do suicídio é
conscientizar as pessoas deste problema tão grave, que tira tantas vidas todos
os anos. O setembro amarelo é um mês de diálogo. É um mês que busca criar
conversas sobre o assunto, deixar as pessoas que sofrem com pensamentos
suicidas saberem que elas não estão sozinhas e que a morte não é solução.
O Setembro Amarelo busca salvar vidas através da
informação e da conversa sobre este assunto sério que ainda é um tabu.
Como surgiu o Setembro Amarelo?
A cor
amarela é usada para representar o mês da prevenção do suicídio por causa de
Dale Emme e Darlene Emme. O casal foi o início do programa de prevenção de
suicídio “fita amarela”, ou “Yellow Ribbon” em inglês.
Em 1994,
Mike Emme, filho do casal, com apenas 17, se matou. Mike era conhecido por sua
personalidade caridosa e por sua habilidade mecânica. Restaurou um Mustang 68 e
o pintou de amarelo. Mike amava aquele carro e por causa dele começou a ser
conhecido como “Mustang Mike”.
Entretanto,
infelizmente, aqueles próximos de Mike não viram os sinais e o fim da vida do
garoto chegou. No dia do funeral dele, uma cesta de cartões com fitas amarelas
presas a eles estava disponível para quem quisesse pegá-los. Os 500 cartões e
fitas foram feitos pelos amigos de Mike e possuíam uma mensagem: Se você
precisar, peça ajuda.
Os
cartões se espalharam pelos Estados Unidos. Em poucas semanas começaram a
aparecer ligações. Um professor de outro estado havia recebido um dos cartões
de uma aluna, pedindo por ajuda. Diversas cartas chegavam de adolescentes
buscando ajuda.
A fita
amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva aqueles que têm pensamentos
suicidas a buscar ajuda.
Em 2003 a
OMS instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do
Suicídio, e o amarelo do mustang de Mike é a cor escolhida para representar
este sentimento.
Diálogo e mídia
Suicídio
não é notícia. Isso está em livros de jornalismo. O motivo é o medo de causar o
chamado “Efeito Werther”. Este fenômeno ganhou seu nome do livro “Os
sofrimentos do jovem Werther”, livro do autor alemão Johan Wolfgang von Goethe,
publicado em 1774. No final do livro, que possui um tom depressivo, o jovem
Werther se suicida, o que levou a uma suposta onda de suicídios nos jovens
europeus da época.
O efeito
Werther foi comprovado cientificamente e é chamado de “suicídio por imitação”.
Suicídios se tornam mais comuns quando divulgados pela mídia. Por exemplo, após
as mortes por suicídio de Marilyn Monroe, em 1962, e de Kurt Cobain, em 1994,
as taxas de suicídio americanas tiveram aumentos notáveis.
É por isso
que a Organização Mundial da Saúde desaconselha que a mídia exponha métodos ou
processos de suicídio: para evitar que esta exposição incentive outras mortes.
Entretanto,
os suicídios não são causados pela notícia ou pelo vídeo. As
pessoas que se mataram ao ver esse tipo de coisa já tinham tendências antes de
assistir e se encontravam no grupo de risco. Pessoas com depressão, pensamentos suicidas, esquizofrenia ou
diversas outras doenças mentais não tratadas são vulneráveis ao efeito Werther.
Falar
sobre o assunto é extremamente importante justamente para que possamos reduzir
o número de pessoas vulneráveis. Para que possamos evitar suicídios, o diálogo
é o primeiro passo. Conversar, trazer o assunto à tona e fazer com que essas
pessoas saibam que não estão sozinhas e que existem meios de tratar estas
doenças.
Centro de Valorização da Vida (CVV)
O centro
de valorização da vida é reconhecido como Utilidade Pública Federal desde a
década de 70. É uma organização sem fins lucrativos e filantrópica que busca
dar apoio emocional e prevenção do suicídio para quem precisa. Desde 2015, é
possível entrar em contato com eles através do telefone, de maneira gratuíta.
Basta
ligar para o número 188. O atendimento é anônimo e realizado por voluntários
que guardam sigilo. Também é possível acessar o chat online,
enviar um e-mail ou ir a um dos postos de atendimento físico.
O
Setembro Amarelo foi idealizado pelo CVV em 2015 e o mês escolhido é setembro
pois é o mesmo mês do Dia Mundial para Prevenção do Suicídio, realizado no dia
10 de setembro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário