segunda-feira, 12 de março de 2018

Aulas práticas no LIC (Laboratório Interdisciplinar de Ciências) IV

Manipulação de produtos tóxicos


Tóxico
A manipulação de produtos tóxicos, em laboratório escolar, deve ser evitado. Mas sendo inevitável, deve ser feita com elevado grau de segurança, desde que se reconheça a
toxidade do produto e o grau de risco envolvido em sua manipulação.
Para isto alguns cuidados são essenciais:
• Teste todas as conexões e válvulas do sistema, com solução de sabão (ou aparelho adequado), para verificar a presença de eventuais vazamentos, ao iniciar a operação;
• não manipule produtos tóxicos sem se certificar da toxidade de cada um deles e dos mecanismos de intoxicação;
• apesar de muitas vezes o odor constituir-se como característica própria de uma determinada substância, evite aspirar vapores, pois muitos compostos são extremamente
irritantes, quando não tóxicos;
• trabalhe com produtos tóxicos, somente, na capela;
• ao transferir ou manejar solventes voláteis ou substâncias que desprendem vapores tóxicos ou corrosivos, utilize uma capela com tiragem boa ou então um local bem ventilado.
Nas reações onde ocorre desprendimento de vapores ou gases corrosivos, providenciar a instalação de um “trap”4 eficiente;
• não jogue produto tóxico na pia;
Recepiente, em geral de vidro, utilizado para coletar fluídos emanados de um sistema reacional, evitando a contaminação de equipamentos e do ambiente. A tradução literal é “armadilha”.
• evite o contato de produtos tóxicos com a pele; não permitir que reagentes e solventes entrem desnecessariamente em contato com a sua pele e, em caso de contaminação , lavar a parte afetada com água e sabão. Não utilizar nesta lavagem, solventes orgânicos, tais como acetona ou álcool, pois estes somente irão aumentar a absorção do contaminante através da pele. A transferência de sólidos deve ser efetuada com o auxílio de espátulas, líquidos devem ser transferidos com o auxilio de provetas ou pipetas;
• cuidar para que um líquido, ao ser vertido do frasco que o contém, não escorra sobre o respectivo rótulo, danificando-o;
• qualquer sintoma de mal-estar, interrompa o trabalho, imediatamente, e avise seu chefe ou orientador, acompanhado, então, dirija-se ao socorro médico, com a ficha do produto manuseado.

Deve-se evitar respirar até mesmo pequenas concentrações destes gases e vapores, visto que muitos deles tem efeito direto sobre o sistema nervoso central, o fígado e os rins, mesmo que sintomas agudos dos envenenamentos não sejam observados quando da exposição. O metanol e o brometo de metila atacam irreversivelmente o nervo ótico, o benzeno é um veneno cumulativo que ataca a medula cerebral e o tetracloreto de carbono é extremamente tóxico para o fígado. Estes devem, sempre que possível, ser substituídos por etanol, tolueno e hexacloroetano respectivamente.
O monóxido de carbono, o ácido cianídrico e o ácido sulfídrico são fatais se inalados em pequenas concentração. Especialmente perigosos são o monóxido de carbono por ser
inodoro, e o ácido cianídrico, com seu odor que lembra o de amêndoas. Por outro lado, ninguém parece ter dificuldade em detectar o ácido sulfídrico, mas este gás, em concentração alta, inibe o olfato e pode-se receber uma dose letal muito rapidamente e com pouco aviso. A inalação de ácido nitroso (ou dióxido de nitrogênio e tetróxido de nitrogênio) não produz sintomas imediatos de envenenamento mas acarreta danos severos aos pulmões, resultando em congestão e acúmulo de fluído dentro de cinco a quarenta e oito horas após exposição.
Vapor de mercúrio e poeira de chumbo e sílica são venenos que se acumulam no corpo e causam doenças crônicas se inalados em baixa concentração por longo período de tempo. Estes produtos devem ser manuseados em capelas, e no caso da sílica e do chumbo, uma máscara com filtros deve ser usada também. Em caso de derramamento de mercúrio, deve-se aspirá-lo com um tubo de vidro de ponta fina conectado a uma bomba de vácuo através de um “trap”, no qual o metal será recolhido. Caso seja impossível a retirada de mercúrio por aspiração (mercúrio preso em pequenas rachaduras e frestas de difícil acesso) costuma-se espalhar enxofre em pó. As minúsculas gotas de mercúrio aderem ao enxofre e podem, então, serem facilmente removidos varrendo-se o enxofre espalhado. Após um certo tempo o enxofre reagirá com o mercúrio que possa ter permanecido nas rachaduras e frestas, formando o sulfeto, que é inócuo.
Alguns     produtos     químicos    são    conhecidos cancerígenos, isto é, substâncias que produzem ou predispõem ao desenvolvimento de câncer. Estas substâncias não devem ser manuseadas, ou se necessário com extremo cuidado. Os cancerígenos mais conhecidos são beta-naftol, alfa-e outros naftilamina, benzeno, 3,4-benzopireno
hidrocarbonetos de estrutura similar. Recentemente, os compostos alifáticos e aromáticos que contém o grupo nitroso e as nitrosoaminas foram adicionados a esta categoria. O vapor da mistura sulfocrômica (usada no desengorduramento de vidrarias) é também considerado cancerígeno, por isso o recipiente que a contém deverá estar  propriadamente tampado.
Manipulação de produtos corrosivos


Líquidos corrosivos podem ocasionar queimaduras de alto grau em virtude da ação química sobre os tecidos vivos. Quando em contato com a matéria orgânica e/ou determinados produtos químicos, podem dar origem a incêndios (por exemplo, o ácido sulfúrico e dicromato de potássio). Estão incluídos nesta categoria as bases e ácidos fortes, alguns agentes fortemente oxidantes mas poucos sais.

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