quarta-feira, 8 de abril de 2015

#Desaparecimento das abelhas: conheça algumas ações individuais para amenizar problema

Ausência de ação pode causar déficit na produção alimentícia mundial

Abelhas cumprem um papel importante no ecossistema, assim como em nossas vidas. Elas são os agentes polinizadores mais eficientes da natureza, além de serem responsáveis pela reprodução e perpetuação de milhares de espécies vegetais, produzindo alimentos, conservando o meio ambiente e mantendo o equilíbrio dos ecossistemas.
A polinização feita por elas garante a alta produtividade e qualidade dos frutos. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO - na sigla em inglês), 70% das culturas de alimentos depende das abelhas. Mas a eficácia delas não para por aí! Ao transportar o pólen entre as plantas, elas garantem a importante variação genética das espécies para o equilíbrio dos ecossistemas e a reprodução das espécies. Ou seja, sem abelhas, não temos alimentos na mesa (seja vegetal ou animal) e muito menos oxigênio.
Nos últimos anos, os apicultores perceberam a morte massiva de abelhas em apiários, após um grande número de espécies polinizadoras desaparecerem em um fenômeno chamado de "Síndrome de Colapso de Colônias".
Os culpados? Eles são muitos e nós já falamos de pelo menos um deles. Entre os especialistas parece haver um consenso entre os vilões do desaparecimento das abelhas polonizadoras: pesticidas e o desmatamento. Esse último, por exemplo, traz diversas consequências ruins. Para as abelhas, significa a perda de seu lar e dos frutos que as alimentam, tornando difícil sua sobrevivência. Já o uso de químicos, como pesticidas e agrotóxicos, causa problemas na memória da abelhas, fazendo com que elas se desorientem e percam a habilidade de retornar à colmeia; razão esta que torna impossível para os apicultores encontrarem as abelhas desaparecidas.
O problema não é somente a morte das abelhas, pois elas não são as únicas polinizadoras, mas sim que o seu desaparecimento iria desencadear uma reação em cadeia no meio ambiente que iria afetar cada ser vivo da natureza.
Tome a produção agrícola no Brasil como exemplo. Colmeias são alugadas para polinizar culturas em fazendas por todo o país. Em 2011, não havia abelhas para polinizar culturas de maçã, pepino, melão e melancia. Por falta de polinização suficiente, os frutos nascerem com sabor e formato adulterado. Houve perda de produção de outros alimentos, como laranja, algodão, soja, abacate e café, segundo David De Jong, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, campus de Ribeirão Preto, em entrevista à Revista Planeta.


E o que podemos fazer para amenizar este problema?

A campanha "Sem Abelha, Sem Alimentos", aconselha os seguintes passos para ajudar:

O aplicativo Bee Alert é uma plataforma de registro do desaparecimento ou morte de abelhas em apiários para fins científicos.
• Consuma produtos orgânicos
Dê preferência aos produtos orgânicos: são mais saudáveis por não conterem agrotóxicos, e não contaminam o meio ambiente em sua produção, além de essa ser uma medida de apoio à produção local orgânica.
• Tenha uma colmeia em casa
Cultive uma colmeia de abelhas nativas sem ferrão em seu jardim – um movimento cada vez mais universal, e de ampla recomendação para os amantes da natureza.
O Brasil possui mais de três mil espécies de abelhas, sendo sua maioria de abelhas nativas sem ferrão. Espécies como a jataí, iraí, jandaira ou mandaçaia, entre outras, são abelhas dóceis e que podem fazer parte de seu jardim. Só assim podemos admirar e preservar estes maravilhosos polinizadores.
Para saber mais sobre como criar sua colmeia em casa, confira a To-Bee ou a BeeHive.
• Plante árvores e cultive flores
Plante em sua casa, nos parques e nos bosques de sua cidade, espécies da flora apícola; flores com pólen e néctar fornecem o alimento natural das abelhas.
• Não utilize pesticidas
Não utilize pesticidas que sejam tóxicos às abelhas, particularmente os sistêmicos (neonicotinoides); dê preferência ao controle biológico de pragas.

 Claro que essas ações individuais têm abrangência pequena se comparadas às necessárias ações governamentais e de indústrias, mas contribuem para evitar maiores danos.

 

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