Estamos chegando ao final das mini férias de janeiro.
E ai? Já tem alguém pensando em como serão suas aulas para motivar os estudantes a estudar?
Bem a pessoa aqui, mesmo de férias estava a procura de novas ideias e olha o que achei:
Essas preciosas dicas do Júlio Clebsch.
1 - Incite, não informe
Uma boa aula não termina em silêncio, ou com os
alunos olhando para o relógio. Ela termina com ação concreta. Antes de preparar
cada aula, pergunte-se o que você quer que seus alunos aprendam e façam e como
você os convence disso?
Olhe em volta, descubra o que pessoas, nas mais
diferentes profissões, fazem para conseguir a atenção dos outros. Por exemplo,
ao fazer um resumo de uma matéria, não coloque um "título";
imagine-se um repórter e coloque uma manchete. Como aquela matéria seria
colocada em um jornal ou revista? Use o espírito das manchetes, não seja
literal, nem tente ser um professor do tipo:
Folha: Números
Primos encontrados no congresso. 68% dos outros algarismos são contra.
IstoÉ: Denúncia:
A conta secreta de Maurício de Nassau. Fernando Henrique poderia estar
envolvido, se já fosse nascido.
Zero Hora: O
Mar Morto não fica no Rio Grande do Sul. Apesar disso, você precisa conhecê-lo.
Caras: Ferro
diz que relacionamento com oxigênio está corroído: "Gás Nobre coisa
nenhuma".
2 - Conheça o ambiente
Você nunca vai conseguir a atenção de uma sala sem
a conhecer. Onde moram os alunos e como eles vivem - quem vem de um bairro
humilde de periferia não tem nada a ver com um morador de condomínio fechado,
apesar de, geograficamente, serem vizinhos. Quais informações eles tiveram em
classes anteriores, quais seus interesses. Mesmo nas primeiras séries cada
pessoa tem suas preferências e o grupo assume determinada personalidade.
3 - No final das contas (e no começo
também)
As partes mais importantes de uma aula são os
primeiros 30 e os últimos 15 segundos. Todo o resto, infelizmente, pode ser
esquecido se você cometer um erro nesses momentos.
Os primeiros 30 segundos (principalmente das
primeiras aulas do ano ou semestre) são um festival de conceituação e de cálculo
dos discentes. Mesmo inconscientemente, eles respondem às seguintes questões:
·
Quem é esse professor? Qual seu
estilo?
·
O que posso esperar dessa aula hoje e
durante todo o ano?
·
Quanto da minha atenção eu vou dedicar?
E isso, muitas vezes, sem que você tenha aberto a
boca.
4 - Simplifique
Você certamente já presenciou esse fenômeno em
algumas palestras: elas acabam meia hora antes do final. Ou seja, o
apresentador fala o que tinha que falar, e passa o resto do tempo enrolando. Ou
então, pior, gasta metade da apresentação com piadas, truques de mágica,
histórias pessoais que levam às lágrimas, "compre meu livro" e
aparentados, e o assunto, em si, é só apresentado no final - se isso.
Por isso, uma das regras de ouro de uma boa aula é
- simplifique, tanto na linguagem como na escrita. Caso real: reunião de
condomínio na praia, uma senhora reclamava que sua TV não funcionava direito.
Explicaram-lhe que era necessário sintonizar em
UHF. Ela então perguntou para quê a diferença entre UHF e VHF. Um vizinho
prestativo passou a discorrer sobre diferenças na recepção, como uma
transmissão poderia interferir na outra, nas características geográficas... Ela
continuava com aquela cara de quem não entendia nada. Até que um garoto resumiu
a questão em cinco letras:
"AM e FM."
"Ahhh, entendi."
"Ahhh, entendi."
Escrever e falar da maneira mais simples possível
não significa suavizar a matéria ou deixar de mencionar conceitos
potencialmente "espinhosos". Use e abuse de exemplos e analogias.
Divida a informação em blocos curtos, para que seja melhor assimilada.
5 - Ponha emoção
Certo, você tem PhD naquela área, pesquisou o
assunto por meses a fio, foi convidado para dar aulas em faculdades européias.
Mesmo assim, seus alunos podem não prestar atenção em você. Segundo estudos, o
impacto de uma aula é feito de:
·
55% estímulos visuais - como você se
apresenta, anda e gesticula;
·
38% estímulos vocais - como você fala,
sua entonação e timbre;
·
e apenas 7% de conteúdo verbal - o
assunto sobre o qual você fala.
Apoiar-se somente na matéria é uma forma garantida
de falar para a parede, já que grande parte dos alunos estará prestando atenção
em outra coisa. Treine seus gestos, conte histórias, movimente-se com
naturalidade. Passe sua mensagem de forma intererssante.
Para o bem e para o mal, você dá aula para a
geração videoclipe. Pessoas que foram criadas em frente aos mais criativos
comerciais, em que videogames mostram realidades fantásticas. Entretanto, a
tecnologia deve ser encarada como aliada, e não inimiga - apresentações
multimídia, aparelhos de som, videocassetes - tudo isso pode ser usado como
apoio à sua aula.
6 - A pedra no sapato
Pode ser a bagunça da turma do fundão. No ensino
médio e superior, pode ser aquele aluno que duvida de tudo o que você diz pelo
simples prazer de duvidar. Ou pode até ser um livro esquecido, ou computador
que resolve não funcionar.
De qualquer maneira, grande parte do sucesso de sua
aula depende de como você lida com esses inesperados. Responda a uma pergunta
de maneira rude ou desinteressada, e você perderá qualquer simpatia que a
classe poderia ter por você. Seja educado e solícito - a pior coisa que pode
acontecer a um professor é perder a calma.
A razão é cultural e muito simples: tendemos sempre
a torcer pelo mais fraco. Neste caso, seu aluno. A classe inteira tomará
partido dele, não importa quem tenha a razão.
Se um discípulo fizer um comentário rude, repita o
que ele disse e fique em silêncio por alguns instantes - são grandes as chances
de ele se arrepender e pedir desculpas. Se for preciso, diga algo como
"Estou pensando no que você disse. Podemos falar sobre isso após a
aula?" Outra forma de se lidar com a situação é responder a questão na
hora, ponderadamente - e para toda a classe, não apenas para quem perguntou.
Termine sua exposição fazendo contato visual com outro aluno qualquer, por duas
razões - a expressão dele vai lhe dizer o que a turma inteira achou do que você
disse, ao mesmo tempo que desistimula outras participações inoportunas do aluno
que o interrogou.
Não transforme sua aula em um debate entre você e
um aluno - há pelo menos mais 20 e tantas pessoas presentes que merecem sua
atenção.
7 - Pratique
Sua aula, como qualquer outra ação, melhora com o
treino. Muitos professores se inteiram da matéria, e só treinam a aula uma vez
- exatamente quando ela é dada, na frente dos alunos. Não é de se admirar que
aconteçam tantos problemas com o ritmo - alguns tópicos são apresentados de
maneira arrastada, outras vezes o professor termina o que tem a dizer 20
minutos antes do final da aula. Sem falar nos finais de semestre em que se
"corre" com a matéria.
Só há uma maneira de evitar tais desastres. Treine
antes. Dê uma aula em casa para seu cônjuge/filhos ou, na falta desses, para o
espelho. Não use animais de estimação, são péssimos alunos - seu cachorro gosta
de tudo o que você faz e os gatos têm suas próprias prioridades, indecifráveis
para as outras espécies. E o que se busca com o treino é,principalmente, uma
crítica construtiva.
Essas dicas foram postadas no site abaixo e eu repostei por que tem muita gente precisando de ajuda!!!
Fonte: www.profissaomestre.com.br,
no canal EM FOCO
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