quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Professor cria quebra-cabeça para ensinar biologia aos alunos

Redação Bonde com Mec
Entender os conteúdos da disciplina de biologia não é algo tão fácil, ainda mais se o estudante não se identifica com a matéria. Por conta das dificuldades, o professor deve explicar diversas vezes, ou investir em novos métodos de ensino, como fez o docente Antonio dos Santos Júnior. Ao perceber que seus alunos tinham dificuldade para compreender os componentes da estrutura de uma célula, por mais que explicasse, o professor constatou que seria necessário tornar esse conteúdo mais concreto. "Usei aulas práticas, vídeos, imagens, sem resultado. E ainda assim, eles não conseguiam visualizar", relata.

Professor de biologia em todos os cursos técnicos oferecidos pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Ifro), campus Porto Velho Calama, Antonio revela que até mesmo o recurso de confeccionar maquetes era problemático nesse caso, devido à impossibilidade de representar o citoesqueleto. "Os alunos não conseguiam entender e achavam que os componentes ficavam boiando dentro da célula", diz. Após a utilização de diversos métodos e nenhum resultado, Antonio pensou em criar um quebra-cabeça, a partir do desenho de uma célula.

Ele teve a ideia, mas ainda tinha a difícil tarefa de aplicar a atividade e ver se haveria melhora. O professor conta que levou o primeiro protótipo do projeto Quebra-cabeça didático de uma célula, suas organelas e seu citoesqueleto para a exposição da 11ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada de 13 a 19 de outubro, no Pavilhão de Eventos do Parque da Cidade Sara Kubitschek, em Brasília. E para sua surpresa, a peça colorida, atraiu a atenção dos alunos no estande do Ministério da Educação.

Reprodução
Reprodução


Ele conta que o protótipo foi desenvolvido com a colaboração de seus alunos, e para criá-lo, utilizaram o software AutoCAD, usado para a elaboração de peças de desenho técnico em duas dimensões e criação de modelos tridimensionais. "Após a impressão em 3D, foi feita a montagem e o aparafusamento das peças. Assim, eles nunca mais vão esquecer os componentes de uma célula", ressalta o professor.

Os estudantes Wellisson Oliveira e Rafael Pissinati, do terceiro ano do curso de eletrotécnica ajudaram a fazer o protótipo. Segundo Wellisson, ele sempre gostou de desmontar coisas, a fim de tentar entender seu funcionamento, além disso, acompanhou o professor durante a realização da SNCT.

O estudante ainda conta que gosta bastante das aulas de biologia e é a segunda vez que desenvolve projeto com o professor Antonio. "Na primeira vez, o assunto foi uma pesquisa sobre as árvores de Rondônia – Porto Velho precisa ser mais arborizada", conclui.

O professor já exibiu o quebra-cabeça, agora procura uma empresa interessada em produzir e vender esse produto para escolas, bem como alunos e professores que queiram testar o material.

Antonio tem doutorado em ecologia e leciona desde 2010. Ele revela que sua experiência no magistério iniciou na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Atualmente, além de dar aulas nos cursos técnicos em edificações, informática, eletrotécnica e em química, também é professor nos cursos de pós-graduação em gestão ambiental e educação profissional, científica e tecnológica oferecidos pelo Instituto Federal de Rondônia

Nenhum comentário:

Postar um comentário