quarta-feira, 2 de maio de 2012

Gente vi esse texto em um blog e adrei...Curtam.

QUEM PODE FALAR DE EDUCAÇÃO?


“Cada ponto de vista é visto de um ponto” –  Leonardo Boff
Só pode falar de educação e sobre educação quem dá aulas e tem experiência de “sala de aula”?
Sou questionador por natureza. 
Gosto de questionar. 
Me faz bem questionar sobre fatos e “coisas”, mas sobretudo a Educação.
E,  conversando com alguns professores sobre algumas práticas pedagógicas na escola, aplicadas em sala de aula, que no meu ponto de vista não fazem mais sentido, um deles me pergunta:
- Você dá aula em classe?
E eu que desde os meus 18 anos, durmo, acordo, almoço e janto com todos os assuntos relacionados a Educação, e usando a forma provocativa de Rubem Alves, “Eu faço amor com a educação”, respondo:
- Não, eu não dou aula em classe.
E essa professora, olhando para os outros professores me responde:
- Ah! Então está explicado...
Ou seja,  “você não está dentro da sala para compreender ou falar sobre Educação e prática pedagógica na sala de aula”.
Acho interessante a pergunta e a resposta de alguns professores de carreira aos quais tenho um grande respeito, pois, se dedicaram e se dedicam na formação de pessoas.
E eu, diante dessa conversa me questiono: só pode falar de Educação, questionar currículos e práticas, quem esteve ou está dentro de uma sala de aula?  
Tenho um amigo Engenheiro Civil, também Professor, ao qual poderia perguntar:
- Como você ousa projetar e fiscalizar construção, se você nunca pegou numa colher de pedreiro? Como ousa falar sobre o prumo?
Àquele crítico de arte, posso perguntar:
- Você nunca pintou um quadro, como pode dizer se tal ou qual pintura vale alguma coisa?  
E por ai, poderíamos ir longe ao argumento.
  
“Cada ponto de vista é vista de um ponto”
Não eu não dou aula, em classe.
Eu realizo um trabalho voluntário na educação há anos,  com crianças e jovens, que até daria o tempo exigido para me aposentar.
A Educação precisa ser discutida por quem está dentro da sala de aula, como por quem não está nela. 
A Educação precisa ser discutida com a família, com os supervisores de alunos, com o porteiro, com os profissionais da limpeza, com a merendeira e com a sociedade na sua totalidade, para que as práticas na educação ganhem sentido e significado,  para que a Educação prevaleça e que ninguém possa se achar no direito da última palavra.
Como diz meu educador favorito, José Pacheco: “É preciso dar muitas aulas para se perceber que não é preciso dar aulas”.

Texto -  Ângelo
Revisado e editado - Jarbeli

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