Há alguns anos estou professora Diretora de turma e em nenhum deles me vi tão necessitada de trabalhar um tema tão necessário quanto sobre a família.
Analisando as conversas e os comportamentos dos meus educandos percebi que estamos cada dia mais nos distanciando daquele modelo de família que tínhamos na infância e que cada um traz agora um modelo proprio que nem sempre é o adequado ou que nem tem um modelo.
Trabalhar o tema foi muito relevante e pude perceber quão carentes eles são principalmente de afeto familiar.
Aquele carinho, aquela conversa, o almoço na mesa, a brincadeira antes de dormir, o momento de oração juntos, muitos não tem maios e alguns nunca tiveram.
Perguntei-me onde vamos parar com tudo isso?
Se existe algo ou alguém
em que podemos depositar toda nossa confiança, é na nossa família.
Ela nos mostra o que é certo, indica os melhores caminhos, e nos
proporciona um amor verdadeiro e incondicional. Uma família em
harmonia, que se ama mutuamente, permanece unida por uma vida toda. E
é também fonte de exemplo para todas as gerações, inspirando a
formação de novas famílias.
É também no ambiente familiar que
conhecemos nossos primeiros valores e recebemos as primeiras regras
sociais. Aprendemos a perceber o mundo, damos início a nossa
identidade e somos introduzidos no processo de socialização.
Por isso, é tão comum que nos comportemos como quem nos criou, como
nossos pais e avós, trazendo traços da personalidade e atitudes
muito semelhantes.
Não podemos esquecer que cada um
tem um papel fundamental dentro de casa, onde existem direitos e
deveres, e todos devem cumprir com suas obrigações. Aí entra o
respeito mútuo, a consideração pelos mais velhos, as tarefas
domésticas, os deveres diários. Há situações em que toda
responsabilidade do dia a dia e os serviços de casa ficam por conta
da mãe, os filhos culpam os pais por não poderem presenteá-los com
aquilo que desejam ou os irmãos vivem se desentendendo. Nestes
casos, a família permanece em desarmonia, sobrecarregando apenas um
integrante, tornando instável a união do lar e a estrutura
familiar.
Certas situações podem causar
grandes frustações em uma vida. Muitos definem a família como
sendo a “base de tudo”, uma expressão bastante utilizada para
caracterizar o laço familiar que vai além do sangue, sendo também
emocional e espiritual. Mas esta base pode se desintegrar,
desgastando e se tornando prejudicial. Então, é preciso preservá-la
sempre.
O psicanalista Evilázio Vieira
ressalta que:
"Um bom relacionamento
familiar é a principal arma de combate às drogas
e aos problemas emocionais que acometem os adolescentes e os jovens".
e aos problemas emocionais que acometem os adolescentes e os jovens".
Ele explica que, a partir da
adolescência, o indivíduo procura o ambiente fora de casa e os
amigos para buscar aprovação e se identificar, e depois volta para
o lar. Quando a família tem uma base sólida e oferece amor e
atenção, ele não sente necessidade de buscar uma fuga da realidade
nas ruas, ao lado dos amigos; ele usa o ambiente externo de forma
saudável. Mas, quando sua vida é instável no âmbito familiar, ele
busca suprir na rua aquilo que lhe falta dentro de casa; neste caso,
é onde tem início a dependência química, a rebeldia e o
comportamento violento.
Portanto, a família é algo único
e insubstituível, extremamente necessário para a formação do ser
humano. Sua ausência gera graves consequências. Pais e filhos
precisam se manter unidos, dialogando diariamente. É preciso
cuidá-la com carinho, dedicação e fé, para que sua estrutura se
mantenha forte e seus indivíduos não caiam no mundo dos
vícios e das futilidades.
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